quarta-feira, 29 de junho de 2011

Maratona de leitura “entre as coisas e mim havia vizinhança”

No dia 9 de Junho, realizou-se mais uma iniciativa cultural do Plano Nacional de Leitura, no âmbito da Semana da Escola. Deste modo deu-se continuidade ao trabalho desenvolvido em parceria, que em boa hora foi empreendido, entre o Centro Novas Oportunidades, a Biblioteca Escolar, e o Centro Formação Almadaforma, envolvendo toda a comunidade educativa da Escola Secundária Monte de Caparica.
Neste contexto, a actividade designada por “Maratona de Leitura(s)” decorreu ao longo de todo o dia. Concretizou-se uma interacção muito interessante entre grupos diversificados de jovens, adultos formandos, familiares, professores e funcionários. Salientamos o entusiasmo de vários formandos e formadores do RVCC e cursos EFA que de forma intencional e significativa corresponderam ao nosso apelo.
Realçamos, também, a participação dos alunos mais novos do ensino básico e secundário que demonstraram e partilharam as suas competências criativas, as suas leituras e projectos pondo em comum as suas mundividências.
De um modo geral, foi evidente o fio condutor desta maratona de leituras construído na base das narrativas de vida e das histórias do imaginário colectivo dos povos, da tradição oral permitindo conhecer, reconhecer e valorizar as pessoas nas suas diferenças identitárias e culturais. A par de outras actividades, marcadas pela festa ao som da música de fundo ora melódica e adequada, ora pesada e animadora se leu e conversou o mundo pessoal e universal.
As palavras, as ideias, os valores de referência deram lugar à escuta activa, ao gosto da musicalidade e riqueza da língua portuguesa nas suas manifestações mais puras de crioulo de Cabo Verde e São Tomé, português do Brasil, de Angola e da comunidade cigana.
Um dia inesquecível para os participantes que guardarão na memória que “tudo era possível era só querer (…) e havia para as coisas sempre uma saída”.
Nesta escola sonhou-se esta jornada no respeito pela diversidade multicultural e plurilinguística que a caracterizam e valorizam.
Recolhemos as representações, as emoções, a alegria e as vontades de ser e construir sentidos para a vida, de jovens e menos jovens, mas todos conscientes de que lhes compete a autoria do futuro.  


Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder duma criança.                  
Ruy Belo

Prof. Adelaide Silva e Prof. Celina Busto

segunda-feira, 13 de junho de 2011

‎123º aniversário de Fernando Pessoa

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

                  Fernando Pessoa